12.29.2007

incoerências

- Porque da luz veio a Lua. E, seguindo gravidades científicas, poetas passaram a chover marés e dilatar segundos. O caos, meu caro! São igualmente malditas, culpadas do caso!
- Mas atente para a hipótese da ausências delas, amigo. Não acredita que tormento maior seria se não houvesse a quem culparmos pela crueza de nosso avesso? Vê, entende por vilã o que clamam, o que chamam de razão.
- Aversão, então, devo ter àquilo que nos propôs temporais? Soa imperfeito...
- E não seria o tino acometedor de tudo isso a que se põe contrário? Tenta o que floresce coração até murchá-lo de paixões, calça-o de Curupira para confundir as lesadas das veias em artérias lesadas, desmantela moléculas, estimula conspirações hormonais... Acaba por tornar suspiro em reflexo, o danado.
- Erra ao subestimar o coração, amigo. Mesmo maliciosa, a massa cinzenta não é quem responde àquilo que Pandora cria em cativeiro. Afinal, quanto pesaríamos se corações nos faltassem?
- E quais dissabores testemunharíamos caso de esperança fôssemos órfãos?
- Crê que a eles sobreviveríamos?
- Interessaríamo-nos?






Curiosa feito menina, com o cuidado que só muito medo faz ter, espiei pela fresta da janela de Dona Verdade. Qual foi meu susto ao vê-la ranger de amores às carícias com Mentira, la belle-du-jour.

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